segunda-feira, 9 de março de 2009

Gonçalves Dias: Poesia - Romantismo





Gonçalves Dias
Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:
Assim eu te amo, assim;
mais do que podem Dizer-to os lábios meus,
— mais do que vale Cantar a voz
do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em ti.
— Por tudo quanto sofro,Por quanto já sofri,
por quanto ainda Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo De ti, só de ti pende:
oh! nunca saibas Com quanto amor eu te amo,
e de que fonte Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas

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